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22, July 2020
Juros: o valor do dinheiro no tempo.

Você já deve ter ouvido que o juro é o valor do dinheiro no tempo. Mas você sabe de onde vem essa ideia? Antes de falarmos diretamente sobre os juros, precisamos entender um conceito econômico muito importante: o custo de oportunidade.

O mundo é feito de escolhas. Nos mais variados campos de nossas vidas, estamos o tempo todo escolhendo. E, resumidamente, o custo de oportunidade pode ser definido como todas as opções das quais abrimos mão ao tomar uma decisão. É aquilo aprendemos quando crianças: não se pode tudo ter.

Trocando em miúdos, imagine que você se encontra em uma situação em que precisa escolher entre reformar a casa e começar um novo negócio. Você toma um empréstimo com imóvel em garantia e decide empreender.

Qual foi o custo de oportunidade dessa decisão? Bingo! Você deixou de reformar a casa. Logo, em toda situação na qual você precisa escolher entre várias opções, Logo, em toda situação na qual você precisa escolher entre várias opções, o custo de oportunidade é dado por aquelas que você não selecionou.

Só optamos entre A e B, porque vemos que um deles nos trará mais benefícios do que custos. Se, por um lado, reformar a casa é muito bom e nos permite viver em um lar mais aconchegante, por outro, abrir uma empresa e vender algum produto que as pessoas precisam e querem pode melhorar sua vida em vários outros aspectos. Portanto, estamos, mesmo que inconscientemente, sempre tomando decisões que levam em conta o custo-benefício das diferentes opções que dispomos.

Então, você me pergunta: “Mas o assunto não era sobre juros?”.

SIM, ainda é! Só que, nesse caso, você tem duas opções: utilizar seu dinheiro agora ou poupá-lo e utilizá-lo no futuro. Ao escolher a segunda, o custo de oportunidade é não poder contar com o dinheiro agora, e aqui entram os juros, pois você deve ser recompensado por essa decisão. Isto é, os juros seriam uma espécie de remuneração pela sua espera, pela sua paciência em deixar para usar o dinheiro depois.

Na Economia, ao mesmo tempo em que há pessoas e empresas querendo poupar, existem pessoas e empresas precisando agora de dinheiro, para os mais diversos fins. Quem faz a ponte entre essas pessoas — poupadores e tomadores — são as instituições financeiras, ou seja, os bancos e empresas como a Libra.

Tais instituições são as responsáveis pelo processo de intermediação bancária e financeira. Em síntese, essas empresas dispõem de muito mais informações sobre os clientes e conhecimento para definir as taxas e o perfil de cada operação. Nesse processo, há também um compartilhamento de riscos, e é dele que surgem as diferenças — você já deve ter ouvido falar em spread bancário — entre a taxa que os bancos pagam para captar dinheiro e a que usam para emprestar a outras pessoas.

E aí você levanta esta questão: “Mas o que, então, determina as taxas de juros?”.

Basicamente, os juros surgem de um processo de oferta e demanda. O primeiro é composto por pessoas e empresas que têm reservas e querem emprestar; já o segundo, por pessoas e empresas que precisam agora de dinheiro. Assim, nesse equilíbrio, as taxas de juros, além de fazer jus ao custo de oportunidade com o qual os emprestadores arcam, consideram, por exemplo, o risco que assumem de não ter seu dinheiro de volta.

É comum encontrarmos comentários de que os juros no Brasil são altos. De fato são, e aqui vão alguns motivos: concentração bancária e baixa concorrência; poucas informações sobre o histórico de adimplência das pessoas; e mercado financeiro que ainda precisa se desenvolver mais. É por isso que legislações como o Cadastro Positivo são tão importantes, uma vez que, assim, fica mais fácil identificar os bons pagadores e os potenciais bons clientes.

Uma das opções para lidar com esse fato é o crédito com imóvel em garantia. O fato de ter uma garantia para a operação sinaliza ao credor que ele terá um “pagamento” pelo crédito concedido, mesmo no caso de inadimplência. Isso reduz o risco da operação e é bom para ambas as partes, pois, assim, é possível ofertar crédito a taxas muito mais baixas. Sobre esse assunto, a gente já escreveu um texto explicando e você pode o ler aqui.

Espero ter ajudado um pouco na compreensão desse conceito e instrumento tão importante para a Economia. Inscreva-se em nossa newsletter e não perca nossos conteúdos.