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12, May 2025
Selic em 14,75%: saiba as projeções futuras e como se proteger

       Na última reunião do Copom, realizada nos dias 6 e 7 de maio de 2025, a taxa Selic foi fixada em 14,75% ao ano, marcando um dos patamares mais altos dos últimos 20 anos. Esse movimento reforça a estratégia do Banco Central de conter as pressões inflacionárias, mas também levanta dúvidas sobre o rumo dos juros no médio prazo

       A grande pergunta que fica é: "Selic vai continuar subindo depois disso?" Neste texto, você vai encontrar um guia prático com ações concretas para proteger suas finanças neste cenário de juros elevados, desde opções de investimentos mais seguras até ajustes simples no seu planejamento orçamentário.

O que é a Selic e por que ela é tão importante?

      A taxa Selic, ou Sistema Especial de Liquidação e Custódia, é o principal instrumento de política monetária do Banco Central do Brasil, funcionando como referência para o custo do crédito, o rendimento de aplicações financeiras e o controle das expectativas de inflação. Definida a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária (Copom), ela representa a taxa média ajustada das operações de empréstimo entre instituições financeiras lastreadas em títulos públicos federais.

       Entre 2020 e 2025, o Copom passou por ciclos bem definidos de acomodação, expansão e ajuste da Selic. No auge da pandemia, em fevereiro de 2020, a Selic encontrava-se em 4,25%, mas logo foi reduzida de forma acentuada até atingir o piso histórico de 2,00% ao ano em dezembro daquele ano, com o objetivo de estimular a economia diante do choque de oferta e demanda.

        A partir de março de 2021, diante do ressurgimento de pressões inflacionárias, o Copom iniciou um forte ciclo de alta, encerrando 2021 com a Selic em 9,25% e levando-a a um pico de 13,75% ao final de 2022, patamar recorde em mais de uma década. Em 2023, o comitê manteve a taxa em níveis elevados, mas iniciou um leve afrouxamento, fechando o ano em 11,75% e, em 2024, ajustou-a para 12,25% diante de oscilações pontuais na inflação.

       Já em 2025, o Copom avançou para 13,25% na reunião de janeiro e para 14,25% em março, e 14,75% em maio, sinalizando maior parcimônia nos próximos movimentos, potencialmente concluindo neste nível o ciclo de aperto monetário antes de considerar reduções futuras

Selic hoje e projeções para 2025:

        De acordo com o Boletim Focus divulgado em 5 de maio, o mercado mudou a projeção para a Selic neste ano de 15,00% para 14,75% no final de 2025, mas mantém a chamada “Selic terminal” o pico do ciclo de aperto, em 15,00%, previsto para a 4.ª reunião do Copom, em junho.

         Isso significa que, após a alta de 0,5 p.p. ocorrida em 7 de maio, quando a Selic passou de 14,25% para 14,75%, há expectativa de mais uma elevação até 15,00% em junho e, em seguida, um período de acomodação, com eventual início de alívios já no segundo semestre. Para 2026, a mediana das projeções recua para 12,50%, e em 2027 para 10,50%.

      Entre os fatores que podem sustentar ou até empurrar a Selic ainda mais para cima nos próximos meses estão a inflação persistente, sobretudo nos preços de alimentos e energia, pressionados por eventos climáticos e gargalos logísticos, e a volatilidade cambial, já que a desvalorização do real encarece insumos importados e eleva custos das empresas. Choques de oferta globais e inflação de expectativas, quando agentes econômicos passam a incorporar cenários de alta em seus orçamentos e contratos, também reforçam a necessidade de manter os juros em patamares elevados para ancorar as expectativas e conter novos repasses ao consumidor

E agora? Ela ainda vai continuar subindo? 

       Pode-se esperar um período de estabilidade ao longo do segundo semestre, em que o Banco Central deverá manter a Selic nesse patamar para consolidar o combate à inflação.

    Já no cenário pessimista, eventuais choques de preços, seja por alta acentuada de commodities, desvalorização cambial ou rupturas logísticas, podem levar a Selic a patamares iguais ou acima de 15%, estendendo o ciclo de aperto monetário.

     Por outro lado, no cenário otimista, uma desaceleração mais rápida do IPCA, aliada a expectativas de inflação mais ancoradas, abriria espaço para o primeiro corte em dezembro de 2025, encerrando o ano com a Selic em torno de 14,25%. 

Impacto da Selic alta no seu bolso:

     O aperto da Selic se reflete imediatamente no seu dia a dia: no crédito rotativo do cartão e no cheque especial, cada R$1.000 em aberto pode custar até R$50 a mais por mês, pressionando seu orçamento e reduzindo a folga financeira para outras prioridades. Já no mercado de crédito imobiliário, o spread, diferença entre o custo de captação do banco e a taxa que chega ao cliente, costuma ser maior nos financiamentos tradicionais, o que encarece ainda mais cada parcela. No Home Equity com garantia de imóvel, esse spread é substancialmente menor, pois as instituições podem oferecer condições mais favoráveis quando há um lastro real por trás do empréstimo, resultando em juros efetivos até 30% inferiores aos de um financiamento padrão.

     Do lado dos investimentos, o aumento da Selic eleva automaticamente a rentabilidade de aplicações pós-fixadas, como Tesouro Selic e CDBs, tornando-as opções atrativas para quem busca segurança e liquidez diária. Em contrapartida, a bolsa sofre pressão: juros altos encarecem o custo de capital das empresas e diminuem o apetite por ativos de maior risco, o que pode reduzir temporariamente o desempenho dos fundos de ações.

     Para equilibrar seu portfólio e aproveitar as oportunidades do cenário atual, considere realocar parte dos seus investimentos em produtos indexados à Selic e avalie a contratação de um Home Equity na Libra Crédito, com simulação rápida e sem compromisso, você descobre como transformar seu imóvel em capital de giro mais barato e previsível.

Estratégias para proteger suas finanças

  1. Troque dívidas caras:

    Uma das estratégias mais eficazes para reduzir o custo do seu endividamento é trocar dívidas caras, como empréstimos pessoais sem garantia, que podem cobrar até 6% ao mês, por um crédito com garantia de imóvel. 

  1. Faça uma reserva de emergência:

     Manter uma reserva de emergência em aplicações pós-fixadas é outro pilar de proteção: mantenha pelo menos de três a seis meses de suas despesas em Tesouro Selic ou em CDBs que remunerem 110% do CDI. Esses instrumentos garantem liquidez diária e acompanham de perto a alta da Selic, preservando o poder de compra e evitando que você recorra a linhas de crédito mais caras em momentos de aperto financeiro.

  1. Diversifique:

    Para diversificar riscos e buscar rendimento adicional sem abrir mão da estabilidade, inclua no seu portfólio debêntures incentivadas, isentas de IR e com remuneração atrativa, e fundos imobiliários que estejam sendo negociados abaixo do valor patrimonial. Essa combinação ajuda a equilibrar a carteira, aproveitando oportunidades de mercado sem concentrar tudo em um único tipo de ativo.

  1. Cuidado com o fluxo de caixa:

       Se você é empresário, estenda o prazo do seu passivo e renegocie indexações: ao alongar parcelas de fornecedores ou linhas de crédito, preferencialmente atreladas ao IPCA ou ao próprio CDI, você reduz a pressão sobre o fluxo de caixa mensal e ganha margem para investir em crescimento. Negocie também cláusulas de reajuste mais suaves, evitando revisões abruptas que comprometam a liquidez.

     Em resumo, com a Selic atingindo seu patamar máximo de 15% e tendência de estabilidade até o final do ano, você ganha previsibilidade necessária para agir hoje e reduzir custos financeiros. Aproveite esse momento para colocar seu orçamento em dia, optando por modalidades de crédito e investimentos que realmente sejam vantajosas nesse período. Faça uma simulação gratuita na Libra Crédito e descubra quanto você pode economizar ao trocar dívidas caras por um crédito mais barato e seguro.